Introdução
O canhotismo, ou a preferência pelo uso da mão esquerda, é uma característica neurológica que afeta uma pequena porcentagem da população mundial.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), por sua vez, é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos.
A interseção entre essas duas características pode trazer desafios únicos para as crianças, influenciando o seu desenvolvimento e as suas atividades diárias.
Relação entre Canhotismo e TEA
Estudos indicam que pode haver uma correlação entre o canhotismo e o TEA.
Algumas pesquisas sugerem que as crianças canhotas podem ter uma incidência ligeiramente maior de TEA em comparação com crianças destras.
Essa correlação pode ser explicada por diferenças na lateralização cerebral, que é a especialização dos hemisférios cerebrais para diferentes funções.
Dificuldades Enfrentadas durante o Desenvolvimento
As crianças canhotas com TEA podem enfrentar desafios adicionais em suas atividades diárias devido à combinação de suas características neurológicas.
Aqui estão algumas das principais dificuldades:
- Dificuldades de Aprendizagem: As crianças canhotas com TEA podem ter mais dificuldades em ambientes escolares projetados para destros. A necessidade de adaptar-se a um mundo destro pode aumentar o estresse e a frustração, afetando seu desempenho acadêmico.
- Desafios na Comunicação: A comunicação é uma área frequentemente afetada em crianças com TEA. Quando combinada com o canhotismo, que pode influenciar a lateralização cerebral, essas crianças podem ter dificuldades adicionais na linguagem e na expressão verbal.
- Habilidades Motoras: A coordenação motora fina e grossa pode ser um desafio para crianças com TEA. Para as crianças canhotas, a falta de materiais adaptados, como tesouras e instrumentos musicais, pode dificultar ainda mais o desenvolvimento dessas habilidades.
- Interação Social: As crianças com TEA já enfrentam desafios na interação social. A canhotice pode adicionar uma camada extra de complexidade, pois essas crianças podem se sentir diferentes ou isoladas em atividades grupais que favorecem destros.
Como Pais e Educadores Podem Apoiar as Crianças
Para apoiar o desenvolvimento das crianças canhotas com TEA, é muito importante que os pais e os educadores estejam cientes dessas possíveis interseções e forneçam o suporte adequado.
Algumas estratégias incluem:
- Materiais Adaptados: Oferecer materiais e ferramentas adaptados para canhotos, como tesouras e lápis, pode ajudar a minimizar as dificuldades motoras.
- Ambiente Inclusivo: Criar um ambiente de aprendizagem que valorize as diferentes formas de pensar e interagir pode melhorar a autoestima e o bem-estar das crianças.
- Intervenções Personalizadas: Utilizar métodos de intervenção que considerem tanto o TEA quanto o canhotismo, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS), pode ser benéfico.
- Capacitação de Educadores: Professores e educadores devem receber treinamento contínuo sobre TEA e canhotismo para melhor atender às necessidades dessas crianças.
Conclusão
A relação entre o canhotismo e o TEA é complexa e multifacetada. Compreender essa interseção pode ajudar a criar ambientes mais inclusivos e estratégias de intervenção mais eficazes para apoiar o desenvolvimento e o bem-estar das crianças canhotas com TEA.
A conscientização e o apoio contínuo são essenciais para garantir que essas crianças possam prosperar em todas as áreas de suas vidas.
Saiba mais:
Transtorno do Espectro Autista: Diagnóstico e intervenção psicopedagógica clínica
Inclusão de crianças com transtorno do espectro autista: Revisão sistemática da literatura
5 Desafios Comuns do TEA: Experiências de Pessoas Autistas e suas Famílias